terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2009 foi assim

Mais um ano chega ao fim. Mais uma vez eu e 99% da população mundial pensam "Poxa, esse ano passou muito rápido!" Parece clichê, mas não é. E este ano parece ter passado mais rápido ainda do que os demais, talvez porque ele tenha sido o melhor ano de minha vida.

Não vou me alongar detalhando os principais momentos que eu vivi neste ano nem comentar tudo o que eu passei em 2009. Só que não custa nada ressaltar que a minha entrada no curso de Comunicação Social na Ufes; os laços de confiança mais firmes do que nunca dentro de casa; os novos sentimentos vivenciados; as confirmações de verdadeiras amizades e o ganho de novas moldaram este ano inesquecível.

Claro que 2009 foi inesquecível também por ter sido o ano em que eu vi pela primeira vez o meu time do coração ser campeão brasileiro. E eu estava lá no Maracanã. Não há dinheiro no mundo que pague a sensação que eu vivi naquele dia...

Não vou também tentar explicar porque eu tive momentos tão marcantes neste ano, e isso também nem tem explicação. A única explicação é a seguinte: 2009 foi marcante, porque eu vivi. Simplesmente isso. Vivi cada momento, os tristes e os felizes, todos com muita intensidade.

Obrigado a todos que me proporcionaram viver 2009 de forma tão intensa. E que em 2010, possamos viver mais ainda.



Feliz ano novo!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Senso de ridículo

O relógio marcava 18h em ponto. Já estava escuro. Ele esperava por ela no parque, lugar deserto, ninguém poderia vê-los ali, muito menos alguém conhecido. Ansioso e inquieto, ele andava de um lado para o outro enquanto ela não chegava. Parecia até que tinha feito algo errado; não, não, parecia que estava escondendo alguma coisa. E estava. Escondia ela. Tinha vergonha de ser visto com ela. Ué, mas ele queria estar com ela e esperava ansiosamente por ela, como poderia se envergonhar de estar ao seu lado? Não que ela fosse um tanto quanto desprovida de beleza, mas tinha vergonha de ser visto com alguém, vergonha de pensarem que tinham um relacionamento. Estranho. Deu 18h15 e ela chegou. Ficaram juntos por cerca de uma hora. Como já era noite e ali era um local deserto, ela pediu para ele acompanhá-la até o ponto de ônibus para ir à casa, pois tinha medo de ir sozinha. Ele gelou e não sabia o quê dizer até ela iniciar o diálogo:

- Eu sei que você tem vergonha.
- Vergonha? Não é isso, é que eu tô atrasado para...
- Não precisa ter vergonha, todos sabem sobre nós dois.
- O quê?! Como assim?!
- Ué, você tem orkut, twitter e todas essas porcarias de internet, todos sabem sobre sua vida.
- Ah tá...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Minha saga do Hexa

Em 1992 eu tinha apenas 2 anos de idade, não sabia nem o que era futebol, logo não vi o Flamengo ser penta campeão brasileiro naquele ano. De lá pra cá adquiri a paixão pelo futebol e o amor incondicional pelo Flamengo. Nesse intervalo de 17 anos, eu sofri, chorei, me decepcionei, me iludi, mas acima de tudo, amei. Claro que não houve só sofrimento nesse longo intervalo de tempo, também vibrei bastante com conquistas estaduais sobre nossos queridos rivais, com a conquista da Mercosul, da Copa do Brasil e com fugas de rebaixamento, como a de 2005 que foi muito parecida com a atual do Fluminense. Enfim, isso é um mero contexto para dimensionar a importância do dia de ontem. Dia 06 de dezembro de 2009.
A saga começou no dia anterior, embarcando de Guarapari para o Rio numa van. Apertado e com pouca comodidade, sem dormir uma hora sequer de sono e sem ter a certeza de conseguir o ingresso. Mas nada que me desanimasse. Ao chegar no Rio já dava para perceber como estava o clima da cidade, uma multidão rubro-negra dominava as ruas desde cedo, a Gávea estava insuportavelmente lotada. Partimos cedo para o Maracanã, ao meio-dia já estávamos lá com a promessa de que às 13h os ingressos estariam na mão. Nessa hora os arredores do Maracanã já estavam tomados de rubro-negros e as filas para entrar no estádio já eram consideravelmente grandes. Deu 13h, 14h, 15h e nada de ingresso. As filas só aumentam, muita gente consegue invadir, mas a Polícia Militar tenta conter a multidão com suaves cacetadas, muitas delas em inocentes, sem falar no spray de pimenta na cara da galera só para abrir passagem para o onibus do Grêmio chegar. Enfim, lamentável. Voltando à minha saga, o ingresso de nossa excursão não aparecia. Por volta de 16h30 o desespero bate à porta, sento no meio-fio em frente ao maior estádio do mundo e ouço a torcida cantando. Um filme de 17 anos me vem à mente, aquele era sem dúvidas o dia mais importante de minha vida de torcedor e eu estava apenas a alguns passos de vivenciá-lo. O ingresso chega na minha mão faltando apenas 10 minutos para o início da partida, é preciso correr porque as tentativas de roubo eram iminentes. Coloco o ingresso na roleta e ele é rejeitado, na hora pensei que era falso. Tentei na roleta do lado e "ufa!" consegui entrar. Olho no relógio do celular, 16h57. Subo a rampa numa explosão de felicidade e ouvindo a festa da torcida, o Flamengo entrava em campo. Não havia muito espaço nas arquibancadas. Consigo me amontoar em uma das entradas das arquibancadas amarelas e me uno à 90 mil apaixonados pelo Flamengo. Olho para o campo e vejo que já está tudo praticamente pronto pro início do jogo. Cheguei na hora certa. Ao soar o apito do juiz, parecia ser o fim do meu sofrimento, era a hora de comemorar. Que nada, tem que ter sofrimento até o fim, se não, não é Flamengo. O gol do Grêmio cala o Maracanã e deixa os torcedores atônitos, um olhando para o outro sem ter o que falar, buscando explicações. O time precisa de nosso apoio, mas a ficha pareceu ter caído apenas uns 30 segundos depois, quando o hino do mais querido foi entoado pelas 90 mil vozes. As notícias que o telão nos trazem não são agradáveis. O gol de David trouxe um certo alívio, havia a certeza de que o time iria virar aquele jogo logo logo. Acaba o 1º tempo, torcedores apreensivos. O 2º tempo vai se desenrolando e nada de gol. Minhas orações começam a dominar meus pensamentos junto com o filme de 17 anos que volta a ser exibido. Eis que surge um escanteio, e como em todas as bolas paradas, todo mundo fala "É agora". Nosso guerreiro mais talentoso e ídolo de 8 anos atrás que voltou para ajudar a realizar o nosso sonho ajeita a bola. A caminhada dela é longa, os olhos não piscam. Um de nossos guerreiros mais humildes, símbolo fiel de nossa torcida, salta e desvia a bola, vejo a rede balançar no cantinho. Naquele momento, o filme de 17 anos para de ser exibido em minha mente. O que começa a ser exibido é a maior explosão de felicidade que eu já vivi. O grito de gol não se une apenas às 90 mil vozes do estádio e sim às 35 milhões de vozes rubro-negras espalhadas pelo mundo. As pessoas começam a se abraçar enlouquecidas, pessoas que você nunca viu na vida, mas que compartilham do seu sentimento. Era chegada a hora de começar a festa, como diz o novo hit das arquibancadas rubro-negras. O Maracanã tremia, tive a impressão de estarem passando algumas ondas de concreto nas arquibancadas. Mais alguns minutos de sofrimento até o apito final. Aí suor e lágrimas se misturaram, mais abraços foram partilhados e o grito que veio do fundo da alma ecoou no Maraca: "HEXA CAMPEÃO! HEXA CAMPEÃO!" O alívio tomou conta de mim, parecia que um peso do tamanho do Maracanã estava nas minhas costas e a partir daquele momento eu o jogava fora. E ainda houve tempo para se emocionar mais. Em meio à multidão das arquibancadas, ia se abrindo um espaço para alguém passar. Era um jovem carregado no colo por dois rapazes. O jovem aparentava ter alguma deficiência física e mental. Atrás dele estava uma mulher, provavelmente a sua mãe, carregando as suas muletas e chorando muito. O menino carregado vestia vermelho e preto, sorria muito e gritava "HEXA! HEXA!" Não deu pra segurar as lágrimas, ali eu tive mais uma demonstração do que o Flamengo representa para tanta gente.
De alma lavada e com a faixa no peito, era a hora de ir embora. De se despedir do templo sagrado, da casa rubro-negra, o Maracanã. Em torno dele, um mar em vermelho e preto tomava as ruas. Felicidade propagada pelo ar. Era a hora de voltar pra casa. Eu e meu primo brincávamos que depois de todo aquele sofrimento para entrar no estádio e depois durante o jogo mercia que escrevêssemos o livro "A Saga do Hexa". O detalhe é que a saga ainda não tinha chegado ao fim, no caminho da volta, fomos parados pela fiscalização da Polícia Federal em Campos que fez a gente andar a pé um certo trecho da rodovia para uma hora depois liberar o veículo. Nada que me fizesse perder a paciência e me arrepender. Eu faria tudo de novo e sofreria muito mais.

Tudo pelo Clube de Regatas do Flamengo.

Campeão Brasileiro em 1980, 1982, 1983, 1987, 1992 e 2009.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dias, semanas e meses.

Tudo muda num piscar de olhos.
Não é bordão, não é clichê, não é frase pronta.
É apenas a verdade.
Agora, quem determina a duração do seu piscar de olhos é você.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Baile mascarado

Foi convidado para uma festa. Ficou na dúvida se ia ou não. Passou dias e dias pensando no caso, pensando em como se comportar em um ambiente desses, já que havia um bom tempo em que não frequentava uma festa. Recusava todos os convites que vinha recebendo recentemente, não pensava duas vezes, não titubeava, era contundente e sempre dizia: NÃO!
Mas era hora de mudar os ares, pensou bem e resolveu aceitar o convite. Arrumou sua fantasia, gastou uma quantia considerável alugando-a, mas fez tudo com o intuito de fazer valer a pena.
Foi sozinho, encontraria com os amigos lá. Chegou no local e era só sorrisos, todos o cumprimentavam e sorriam pra ele. Logo depois percebeu que as pessoas riam dele, na verdade a festa não era à fantasia. Ele se destacava na multidão, sua fantasia alegre chamava a atenção de todos presentes. Porém, ele não queria nem saber, pouco se importava, queria aproveitar o momento. Ele era o retrato da felicidade.
De fato, um retrato. Um retrato estampado na máscara pertencente à alegoria de sua fantasia, uma felicidade falsa que ele transpassava para todos, uma alegria que não existia. Sua máscara exalava rios de felicidade, por baixo dela havia uma estagnação, um descompasso, e o pior, a consciência de que estava passando a imagem do que não é.

domingo, 4 de outubro de 2009

Why God, why? [2]

Hoje uma pessoa de um grande caráter, de uma grande história de vida, de uma grande experiência, de uma grande sabedoria, de uma grande sobriedade, de uma grande emotividade faz aniversário.

Hoje um grande escritor, grande leitor, grande jurista, grande cinéfilo, grande crítico e grande jornalista (por quê não?) faz aniversário.

Hoje um grande amigo, e, acima de tudo, um irmão faz aniversário.

Parabéns, Camilo Costa de Queiroz. Obrigado por tudo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Caminhadas vespertinas

Existe algo mais irônico que o destino?
Sem brincadeiras e sem qualquer tipo de bordão, mas essa é a mais pura verdade. O destino é muito irônico. Para constatar isso é só você parar e pensar nas pessoas que formam o seu convívio social hoje e as que formavam ontem.
Pára e reflita. Não sou só eu, mas vocês também vão encontrar alguém que você queria que fosse sua namorada, mas hoje é uma de suas melhores amigas; alguém que você queria que fosse apenas sua amiga, mas que hoje é sua namorada; alguém que você nunca fez questão de conversar, mas que hoje é seu melhor amigo; alguém que você machucou, mas que hoje te consola; alguém que se afastou de você, mas que hoje quer se reaproximar; alguém que você prometeu nunca mais olhar na cara, mas que hoje é indispensável para a sua vida; alguém que já trocou socos e pontapés com você, mas que hoje é seu companheiro; alguém que nunca se abriu com você, mas que hoje te conta os seus maiores segredos; alguém que você sempre questionou o caráter, mas que hoje é a pessoa em que você mais confia; alguém que você conquistou, mas que hoje não dá a mínima; alguém que te fez sorrir, mas que hoje te faz chorar; alguém que sempre partilhou tudo com você, mas que hoje não fala um "oi"; alguém que era indiferente para você, mas que hoje tem o seu amor.

Chega até a ser engraçado algumas vezes, se não fosse tão irônico.

sábado, 19 de setembro de 2009

Indignação

Sério, não há outra palavra que descreva o meu sentimento quanto a situação da Desportiva Capixaba S.A. (dá até nojo escrever esse "S.A."). Indignação. Todas as glórias vividas pela então Desportiva Ferroviária parecem ter sido jogadas no lixo. É como se em 1999 os dirigentes da Ferroviária falassem para o imundo grupo Villa-Forte, interessado na compra do clube "Coloque dinamites na base do Estádio Engenheiro Araripe e exploda tudo. Mas exploda com torcida e jogadores dentro, ok?" Marcelo Villa-Forte e cia seguiram muito bem o conselho.
A compra de 51% das ações do clube em 1999 transformou-o na empresa Desportiva Capixaba S.A. Nesses 51% encontra-se o Estádio Engenheiro Araripe e a gerência das camadas de futebol. O título capixaba de 2000 veio só iludir a torcida grená, enfurecida com a venda da instituição na época. De lá pra cá, além de empresa, o clube se transformou numa baderna, numa vergonha, num caos. Com o rebaixamento da Série B para a Série C em 2001, a cagada se espalhou de vez. O clube perambulou por divisões inferiores do Brasileirão, sem títulos estaduais, sem time profissional, chegou ao fundo do poço com a queda para a Série B do Capixaba em 2006. Era hora de mudança. Torcida lotando o estádio e retorno para a Série A do Capixaba em 2007. Sávio contratado em 2008, torcida empolgada, título da Copa ES em cima do maior rival e freguês Rio Branco, ídolos como Walter, David e Kieza, classificação para a Copa do Brasil em 2009, tudo levava a crer que era o ano da redenção da equipe grená. Levava. O que se viu foi que o buraco é mais embaixo. O poço não havia chegado ao fundo em 2006, o estrago é muito maior. Hoje a Desportiva não possui uma equipe profissional. Possui apenas um senhor enrustido no cargo de presidente do clube, que nunca pisa no Engenheiro Araripe, que vai ao estádio e pergunta quem é a bola, que muda o nome do seu grupo empresarial como muda de roupa, que aluga espaço no estádio para empresas em nome de laranjas, que transforma o gramado em campo de futebol society para alugar e levantar uma "graninha", que pisa e esmaga o coração de vários apaixonados pela Desportiva. Ah, não venham falar que não há torcedores de clubes capixabas, porque existem. São poucos, mas são bons. Tive o privilégio de conhecer alguns. Alguns verdadeiros loucos pela cor grená. Loucos que viajam para o interior, enfrentam todo o tipo de adversidade pra apoiar o time. Que vibram, cantam, esbravejam, xingam, protestam, apoiam e se abraçam nas arquibancadas do Araripe. São esses mesmos loucos que hoje sofrem e choram, órfãos de um amparo do clube, órfãos de uma partida de futebol, órfãos de um grito de gol, órfãos de um sorriso.
Tiraram o direito do torcedor grená sorrir.
As atuais notícias sobre o estado do clube são muito mais desanimadoras. O aluguel da parte de trás da pequena geral do Araripe para um casa de shows denominada "Estação 262" fere o estatuto do clube. No contrato consta que aquela área só poderia ser destinada para a prática do desporto ou para a instalação de um posto de combustíveis do Grupo Frannel (de Marcelo Villa-Forte na época da compra das ações). Mais polêmica vem por aí, mais confusão, mais contestação na justiça, mais palhaçada, mais descaso, mais sofrimento para o torcedor. A locomotiva grená entrou num túnel e não consegue encontrar a luz em sua saída, se é que há uma saída.


Faça chuva, faça sol, eu vou, eu chego lá.

sábado, 12 de setembro de 2009

Utilidade pública

Inspirados no super blog de Bruna Surfistinha, a mulher mais experiente do Brasil, vários leitores me enviaram cartas e emails durante a semana com pedidos para que eu poste dicas e conselhos amorosos. Com toda a minha vivência nesse ramo tão complexo da vida, me considero um cara sério e bem indicado para dar dicas comportamentais aos caros leitores.
A dica de hoje levará em conta o lado masculino e feminino da situação e se resumirá em alguns passos.

Dica de hoje: Como terminar um relacionamento com tranquilidade

Dica para os homens:
1º passo: Fique estranho, se afaste de sua parceira.
2º passo: Espere ela falar "Amoooooooooor, porque você ta estranho comiiiiiiigoooooo?"
3º passo: Essa é a cartada final, três passos bastam. É só responder "Você ta me chamando de estranho? Quem disse que eu tô estranho? Quem disse que eu sou estranho? Ta maluca? Confia em mim não? Eu me afastando? Porra, eu te amo e tu não confia em mim, vem me chamar de estranho, assim não dá, sem confiança a gente não tem futuro. Agora também não confio mais em você não, mina. Melhor parar por aqui mesmo, que decepção, mulher é foda."

Pronto, o relacionamento está esfacelado tranquilamente, sem mistérios.

Dica para as mulheres:
1º passo: Esse também serve para as moças. Fique estranha, se afaste de seu parceiro.
2º passo: Espere ele falar "Coé, amor. Tu ta estranha comigo, hein. Vem de caô não, que que ta pegando?"
3º passo: Bem simples. É só falar "Estou estranha mesmo, quero terminar. Eu não vejo futuro em nossa relação, não há motivos para prolongar essa ilusão. Estive conversando com minhas amigas e elas concordam comigo, e você sabe que eu amo minhas amigas, né? Consultei meu horóscopo e ele disse que hoje eu ia mudar minha vida, deixando alguma coisa pesada pra trás. Ah, e seu carro sempre dá problema também... Vai ser melhor pra nós dois."

Pronto, é tiro e queda. Comprovem.

Espero ter conseguido colaborar com meus leitores aflitos. Aguardem as próximas dicas "Como pegar uma mulher em..." Incluindo micaretas, funks, pagodes, rocks alternativos, na praia, na rua, na esquina e no churrasco de confraternização da empresa. O sucesso é garantido.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Um pouco de tudo

Da série: Como transformar o seu blog em um diário ou em qualquer coisa do tipo.

- Dia legal hoje. Passei um bom tempo com um amigo que não via há um tempinho já. De quebra pude rir com John Travolta falando "Cago pra isso.". Tá, ele não disse isso, mas a legenda branca com um alto teor de pregnância que transpassa uma excelente comunicação visual para o telespectador do Cinema mostrou isso.

- Falando em Comunicação Visual, li essa notícia hoje: Mulher é demitida por enviar emails com texto em caixa alta. (http://br.tecnologia.yahoo.com/article/03092009/7/tecnologia-mulher-demitida-enviar-emails-texto.html)
Alguém duvida de que o ex-patrão da moça se chama David Protti?

- Acabo de me lembrar que passei boa parte do último domingo lendo e organizando um seminário pra aula de TPJMI, e que na hora de apresentar o notebook não estava funcionando. Viva a era digital. Pen drive para quem?

- A Globo ressucitou Belchior, em resposta a Record ressucitou Sergio Mallandro, Max Fivelinha, Sheila Mello, Theo Becker... Esse bispo não aceita perder uma, hein?

- Estou indo para a minha terra natal amanhã. Sim, eu nasci em Guarapari. Sim, pessoas nascem em Guarapari. Portanto, só devo atualizar o blog após o feriado. Como se eu atualizasse ele todos os dias...

- Amanhã tem Brasil x Argentina em Rosário. Tem tudo pra ser uma partida sensacional. Estádio típico argentino. O Monumental de Nuñez realmente não combina com a torcida argentina, muito menos com Maradona. O triste é que verei Adriano sentado no banco enquanto ele poderia estar concentrado em algum hotel 4 estrelas de Curitiba com a delegação do Flamengo. Dos males o menor, talvez ele não se machuque com 0,3 segundos de jogo igual ao Kleberson na última partida da seleção. Mas para a equipe titular, entre Adriano e Luis Fabiano, fico com os dois. Adriano tem o porte físico para um jogo de eliminatória contra a Argentina fora de casa, tem um retrospecto sensacional contra os hermanos e impõe muito respeito. Luís Fabiano está numa fase excepcional pela seleção, artilheiro da Copa das Confederações e artilheiro brasileiro nas Eliminatórias, é o dono da camisa 9. Robinho no banco, por favor.

- Flamengo jogando no Sul me desanima. Flamengo jogando em Curitiba me desanima mais. Flamengo jogando na Arena da Baixada me desanima mais ainda. Essa também seria uma ótima partida para Adriano, jogo para um lance só e um gol só. Mas tentando criar um otimismo, vejo que a dupla de ataque de domingo será Zé Roberto e Dênis Marques. Desconfiança total da torcida. Mas, eu disse que ia tentar criar um otimismo, pois vou. Jogo na Arena da Baixada me faz lembrar que foi lá que Dênis Marques se destacou pelo Atlético-PR, lá que ele fez seus gols e conseguiu se projetar no cenário nacional. Também me faz lembrar de uma vitória inesperada do Botafogo em 2006, um 5x0 inapelável contra o Atlético-PR com um show de Zé Roberto em uma de suas melhores atuações como jogador profissional. Fui realmente longe com a criação do otimismo. É esperar pra ver.

- Enfim, bom feriado a todos. Até a próxima.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Following

Tenho andado um pouco afastado do blog. Não sei se por falta de inspiração ou por estar focado em outras ocupações. Esse período tem se anunciado bastante peculiar e completamente mutável. Pretendo escrever sobre algumas coisas interessantes sobre esse momento na Ufes e em breve alguns anseios tomarão corpo e serão divulgados aqui.


Enquanto isso, me deparei hoje com tal notícia:
Organização do US Open tenta impedir uso do Twitter durante o torneio de tênis
Tenistas, treinadores e árbitros receberam alerta sobre mau uso do serviço.
Medida quer evitar que vazamento de informações influenciem resultados.

Não sei dimensionar o quão inusitada essa notícia é, mas ficou mais difícil ainda determinar as dimensões tomadas pelo Twitter em todo o mundo. O serviço de microblog se espalhou por vários países, caindo nas graças de diversas celebridades mundialmente famosas. Atores, cantores, esportistas, humoristas e afins encontraram no Twitter uma forma de poder expressar os seus trabalhos e pensamentos, além de se aproximarem do seu público alvo - consumidor, ou não. Tamanha foi a proporção que o serviço tomou, que a organização do quarto Grand Slam (série de torneios mais importantes do circuito profissional de tênis) do ano, o US Open, está tentando impedir que os atletas e demais profissionais da área utilizem o meio durante a competição. O tenista americano Andy Roddick, adepto do Twitter, já deu uma twittada dizendo que acha estranho a organização do evento tentar regular o que os atletas fazem no seu tempo livre. E de fato é. Talvez a organização esteja tentando manter uma espécie de surpresa no ar, tentando impedir que os jogadores divulguem detalhes dos seus treinamentos e etc. A censura já ficou pra trás e a desculpa dos organizadores é totalmente descabida, porém tudo isso me fez pensar em o quanto a não utilização do Twitter seria proveitosa para a mídia detentora dos direitos de transmissão do torneio na TV. Não sei se vocês já perceberam, mas cada vez mais ganham destaques as notícias do tipo "Por meio do seu Twitter, Aloizio Mercadante declara que deixará o PT de forma irrevogável", "Palmeiras anuncia contratação de Muricy Ramalho pelo Twitter" e por aí vai. Ninguém ainda notou que as entrevistas têm se tornado pouco menos necessárias que antes? Para quê eu precisaria assistir à entrevista de Andy Roddick na TV, sendo que eu posso ver o que ele está achando do torneio pelo Twitter? Tem se tornado mais cômodo para uma figura pública, declarar suas opiniões, suas explicações, divulgar seus trabalhos e novidades pelo seu computador pessoal, no conforto de sua casa ou escritório, ou em qualquer lugar usando um notebook ou celular, do que convocar uma coletiva de imprensa pra isso. Já estou vendo a hora de o Governo Federal fazer os seus pronunciamentos oficiais via Twitter e de Dunga convocar a Seleção pelo Twitter. Isso me preocupa. Mas, como membro do universo da Comunicação, também tenho que aderir ao serviço e ficar atento ao que dizem por aí. Afinal, Twitter virou matéria-prima para nós. Está todo mundo seguindo e todo mundo sendo seguido, e não é mania de perseguição.

Para quem ainda não me segue, comece a seguir: www.twitter.com/leandronossa

sábado, 22 de agosto de 2009

Arquivando

O senador paulista Aloizio Mercadante voltou atrás e afirmou que permanecerá no cargo de líder do PT no Senado, atendendo a uma vontade do presidente Lula.

O líder do Governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), pediu a convocação da ministra Dilma Roussef à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para o próprio requerimento ser rejeitado pela bancada governista, atendendo a um pedido do Governo.

A Mesa Diretora do Senado rejeitou o recurso contra o arquivamento das representações envolvendo o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), atendendo a um pedido do Governo.

Se a voz do povo é a voz de Deus, a voz do Governo é a voz de quem?!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mais que um alento

Ao ouvir aquela lamúria, aquele desabafo, uma espécie de: "Já era, foi tudo em vão. Voltei à estaca zero", a pessoa que sabia de todos os problemas, defeitos, bloqueios, medos e angústias daquela que proferiu a sentença, apenas respondeu:
"Nada foi em vão. Pelo contrário, você vai crescer muito".

Palavras que nos motivam a viver vêm de pessoas que são exemplos de vida.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Idas e vindas

Reencontraram-se, dessa vez de corpo e alma. Caminharam por um trajeto conhecido. Um necessitava da presença do outro. A voz ouvida era agradável a ambos. Os olhares transmitiam sinceridade. Um flahsback vinha à mente. Lembranças de momentos felizes pipocavam em abundância. Era chegada a hora de recordar esses momentos com alegria e tranquilidade. Tudo ficava tão claro, tão leve, tão pacífico. Um alívio era sentido pelos dois.
Palavras foram proferidas, fatos foram explicados, ensinamentos foram refletidos, situações foram diagnosticadas, desejos foram compartilhados. O futuro será aguardado.
Palavras se tornaram apenas palavras. A conversa se transformou em silêncio. O reencontro se resumiu em um gesto simples e singelo. Um abraço que exalava uma imensidão de sentimentos e pensamentos. O tempo passava e não era mais percebido. Nada era mais significativo que aquele momento, que aquele calor.
Cada um seguiu a sua direção. A certeza de que poderão se cruzar naturalmente pelos caminhos que serão traçados se fez presente. Tudo ao seu tempo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Mereço pegar o tro.. Protti.

O tão famoso e falado trote aplicado nos alunos iniciantes, conhecidos como calouros, das Universidades, proporciona um debate sem fim. Ontem na realização de uma das atividades da semana pré-trote do curso de Comunicação Social da Ufes, nós, alunos do curso, fomos abordados pelo Ouvidor da Universidade. Em um discurso pomposo acrescentado de pitadas de lições de moral, o dito cujo era contundente: "Digam não a esses veteranos autoritários! Que impõem e os obrigam a sofrer essa humilhação". Enquanto apontava o seu dedo - sujo ou não - para nós que comandávamos os trabalhos. Como alguém pode falar em autoritarismo com tanta rispidez? Faltou só um púlpito e homens armados fazendo a sua escolta.
Lembrando que o que se realizava ali não era o TROTE. Era um passeio descontraído pela Ufes. Como atividades dessa semana pré-trote ainda há a doação de alimentos para uma instituição de caridade e doação de sangue, consideradas pelo Sr. Ouvidor como uma "provocação iluminista". Quem que entende?
O elefantinho é tão humilhante assim? Só estava participando daquilo quem queria. Teve gente que não quis participar e não participou. Ninguém estava ali obrigado pelos veteranos "totalitários". O sorriso na face de cada calouro era marcante. Quem já passou por essa experiência, sabe como é a sensação que aquele momento proporciona. Um misto de "mico" com felicidade. É nessas horas que a ficha cai: "estou numa Universidade Federal, passei!" São momentos marcantes que aproximam os alunos iniciantes com os que lá já estão. Nada de errado era feito ali. Não vi ninguém obrigando os calouros a beberem cachaça, comer ovo podre, rolar no esterco.
Porém, é tão fácil reprimir esses "criminosos" que obrigam outros seres humanos a cantar e passear pela Ufes com os pés amarrados uns aos outros. E os "criminosos" que não proporcionam uma educação de qualidade para nós serão reprimidos quando?

domingo, 9 de agosto de 2009

Feliz Dia dos Pais or something.

Já não dormia mais no quarto do casal. O colchão era colocado na sala e ali era o seu novo lugar de repouso. Portas da casa fechada. Quartos trancados. A luz da sala estava apagada. Só se ouvia o barulho da televisão, mesmo em um volume baixo. Era o primeiro jogo da final da Copa do Brasil de 2006, era Flamengo x Vasco. O homem já estava deitado no colchão, de barriga pra baixo, sem olhar para a televisão, sem acompanhar a partida. Somado à narração de Luís Roberto, ouviam-se agora roncos e mais roncos. Ao lado do colchão, na poltrona, estava o filho. Muito ansioso pela partida, nervoso e esperançoso com o seu time do coração. Mas ao mesmo tempo triste. Muito triste por olhar pro lado e ver que, naquele local, ninguém compartilhava daquele momento com ele. Ficou desanimado e sem reação durante o jogo. Até surgir o belo gol de Obina. O filho não se segurou, gritou e vibrou. O homem que dormia, acordou com a alegria contagiante do filho. Olhou para a TV, viu a nação rubro-negra comemorar no Maracanã, deu um soco no ar e cumprimentou o filho. Um aperto de mão. Minutos depois era a vez de Luizão marcar seu gol, 2x0. Novos gritos, nova vibração. Dessa vez compartilhada com um abraço. O filho voltou a sorrir. Aquele momento de alegria proporcionado por 11 homens a quilômetros dali, fazia-o esquecer de todos os problemas recorrentes da época. Fim de jogo. O resultado era excelente. O filho desligou a TV e foi para o quarto. Abaixou-se e abraçou o homem deitado. "Boa Noite. Dorme com Deus".
Na semana seguinte ocorreu o segundo jogo da final. A luz da sala não estava mais apagada. As portas dos quartos não estavam mais trancadas. O filho seguia na poltrona. Mas não havia mais colchão na sala. O gol de Juan que deu o título ao Flamengo era comemorado por uma só voz. Um só grito na casa. Olhava para os lados e não havia ninguém com ele. Aquilo iria se repetir por muitas vezes. Seu alento era se unir às vozes e aos pensamentos de quem estava no estádio.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Get over

Chegou a hora de tirar o moleton.
Levantar da poltrona.
Lavar o rosto.
Se olhar no espelho e gritar: Chega!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Muitas mudanças!

09/03/2009
Acordo cedo depois de um bom tempo sem saber o que é isso. Um banho apressado. Como qualquer coisa e saio de casa. Ainda na minha rua, recebo um telefonema. Era Ludimila, já na Ufes, perguntando se eu já estava chegando. Tinha de 15 a 20 minutos de caminhada pela frente, mas falei "em 10 minutos eu chego aí". Apertei o passo pra chegar mais rápido. Mais suado que o habitual, chego à Ufes e procuro por Ludimila na entrada próxima ao Cemuni. Ligo pra ela e descubro que ela está lá onde saltou do ônibus. Parada no ponto em frente à PROGRAD. Tadinha, ainda não sabia onde era o Cemuni V. Como se fosse grandes coisas eu deter essa valiosa informação. Apreensivos e ansiosos caminhamos rumo ao nosso novo "habitat". Chego lá sem saber onde estou pisando. Percebo aquela diversidade de novos rostos, pessoas que fariam parte do meu cotidiano, mas que eu ainda não conhecia. Tímido e recusando toda a comida que me ofereciam do café da manhã, observava tudo que era possível. Das paredes às faces de cada um ali presente. Não sabia o que esperar. Não sabia o que iria acontecer. Tinha o medo e o nervosismo habitual do calouro. Dando aquele sorrisinho e aquele "oi, tudo bom?" sem saber o que viria de resposta. A mente estava repleta de incertezas.

Passou-se o 1º período e com ele todo esse sentimento recordado do café da manhã 2009/1. O período trouxe muitas mudanças, muitas experiências, bons e maus momentos que me fizeram terminá-lo com muitas certezas.

05/08/2009
Retorno ao mesmo local. Dessa vez, apenas alguns novos rostos. Também tenho novas sensações. Mais maduro, com mais vivência. Aquela ansiedade inerente aos calouros não existe mais em mim. Hoje já sei onde piso. Sei das vantagens e desvantagens que o curso proporciona, sei com quem posso contar, sei que criei algumas amizades sinceras, sei que posso receber ajuda até mesmo de quem menos espero, sei que muitas mudanças ocorreram. As experiências vividas foram todas elas engrandecedoras, todas deixaram o seu aprendizado, bom ou ruim. O que não mudou é que ainda há incertezas. Ainda não sei o que esperar, o que vai vir, quais serão as experiências deste período. Mas, pelo menos, sei que não estou sozinho.
E agora fico na esperança de que as certezas possam sobrepor todas as incertezas.

Os "dinossauros"

A coluna de Fernando Calazans no último domingo em O Globo, e aqui no Espírito Santo também em A Tribuna, falava sobre o então jogo daquela tarde no Maracanã, Flamengo x Náutico. Emerson foi desfalque do rubro-negro naquela partida. Calazans afirmou em sua coluna que o Sheik não faria falta nenhuma ao time do Flamengo, pois ele tem uma capacidade imensa de matar todas as jogadas de ataque criadas pela equipe. Foi além, afirmou que no Rio de Janeiro não há um jogador que passa mais tempo no chão durante as partidas do que o camisa 11 da Gávea.
Para quem viu o jogo, realmente Emerson não fez falta, Zé Roberto o substituiu muito bem, não é mesmo Calazans? Alguns "dinossauros" do jornalismo esportivo parecem ter parado no tempo, parecem não ter deixado as décadas de 60, 70 e 80 pra trás. O festival de comparações de jogadores atuais com jogadores do passado realizados por Fernando Calazans, José Trajano e companhia limitada, já encheu o saco. Aqueles "ah se fosse no meu tempo"; "estou acostumado a ver craque jogar, hoje só tem brucutu". Se não gosta do futebol atual e está cansado do que vê porque segue na profissão enchendo os ouvidos dos mais novos com tanta nostalgia, fazendo-os se "enojarem" do futebol atual? Esses aí devem estar tão cansados que quando surge um jogador aplicado, esforçado e até habilidoso como o Emerson, ele é crticado.
Fazer o quê, eles ficaram mal acostumados, não é mesmo?

Publicamente, Leonardo Moura pediu desculpas à torcida rubro-negra pela série de palavrões proferidos após o seu gol pra lá de salvador (não é mesmo, Léo?) no domingo. Não é assim que será perdoado. O melhor jeito de aliviar a sua imagem com a torcida é no campo, jogando o futebol que ele sabe.
"Na minha época, jogador nunca xingou torcedor".

domingo, 2 de agosto de 2009

Topete empinado

Quem é você, Leonardo da Silva Moura? Quantos Campeonatos Brasileiros você deu ao Flamengo? Quantas Libertadores? Quem é você pra xingar a nação de cambada de filho da p...?

Leonardo Moura começou a sua carreira profissional no Botafogo em 1999. Antes de chegar ao Flamengo, o lateral-direito já havia rodado por um time inexpressivo da Bélgica, um time inexpressivo da Holanda, pelo Vasco, Palmeiras, São Paulo, Fluminense e Sporting Braga de Portugal. Tinha, literalmente, rodado por esses clubes, sem se firmar e ser absoluto em lugar nenhum. Até chegar ao Clube de Regatas do Flamengo em 2005. Arrumou vaga de titular facilmente, também pudera, aquele time brigava por não cair e foi salvo por Joel Santana nas rodadas finais do Brasileiro. Mas, enfim, com o time fraco ou não, Léo Moura se destacava. Em 2006 com a chegada de Ney Franco e a implantação do esquema com três zagueiros, ele e Juan chegavam ao ataque com muita liberdade, Léo Moura fazia muitos gols e dava muitas assistências. Chegou ao ápice da carreira. Considerado por muitos como o melhor de sua posição no Brasil. Chegou até a ser convocado por Dunga no início de 2008. De lá pra cá, nunca mais foi o mesmo. Seu futebol caiu, como o seu relacionamento com a funkeira Perlla. De meados de 2008 pra cá, lá se vai 1 ano de futebol medíocre de Léo Moura. Mas depois de 231 jogos com a camisa do clube, ele parece estar tão acomodado, tão intocável que acha que pode até xingar a cambada que torce e sofre com o time todos os dias.
Léo Moura não era ninguém antes do Flamengo. Absolutamente ninguém. Fez sua fama no Flamengo. Ganhou seus únicos títulos na carreira pelo Flamengo (3 Estaduais e 1 Copa do Brasil). Chegou à Seleção Brasileira graças ao Flamengo. Léo Moura deve tudo ao Flamengo, à torcida que o sempre apoiou, que sempre gritou o seu nome nas arquibancadas do Maracanã seguido de um "É Seleção!". Mas, se a memória da maioria dos torcedores é curta, como proferem por aí muitos entendidos do futebol, a do jogador também parece ser. Pelo menos é o que demonstra o lateral. Parece que se esqueceu de tudo o que o Flamengo e sua torcida o proporcionou.
O torcedor que batalha pra pagar o ingresso tem o direito de te vaiar sim, Léo Moura. Você ganha sua centena de milhar todo mês pra quê? Pra se arrastar em campo? Pra não criar uma jogada de linha de fundo em 1 ano? Ou seria pra gastar com gel pra fazer o topete crescer?
Não foi a primeira vez. Não houve uma partida decente sequer do lateral em 2009. O time perdendo pro lanterna em casa, com uma atuação horrorosa tem que ser vaiado, sim. Agora se ele se acha no dever de mandar a torcida se f... e nos considerar uma cambada de filho da p... só porque fez o gol de EMPATE contra o Náutico no Maracanã, numa jogada em que ele apenas empurrou a bola pro fundo da rede, alguma coisa está errada. Refletir nunca é demais.

Quem é você, Léo Moura?

Impedido

Olhou para um lado. Olhou para o outro.
Muitas coisas ao seu redor. E uma delas chamava a sua atenção.
Tentou se aproximar. Não conseguia.
Tentou tocar no objeto de desejo. Foi impedido.
Havia um espécie de campo gravitacional que o bloqueava.
Quanto mais se aproximava, mais distante ficava.

Continuou apenas olhando...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ele merece

Hoje tive a oportunidade de assistir à Inimigos Públicos no Cinema. Confesso que ao ler a sinopse do filme não me animei tanto quanto ao saber do elenco do filme. E isso por um simples fato: Johnny Depp é o ator principal.
A história se passa na década de 1930, no contexto da Grande Depressão norte-americana pós Crise de 1929. No auge da criminalidade da época, o FBI tenta capturar alguns populares bandidos e gângsteres como John Dillinger, interpretado por Depp. Entre idas e vindas da cadeia, romances casuais, assaltos à banco, diversas trocas de tiros e muito sangue, se destaca mesmo a atuação dele, Johnny Depp. Ele rouba a cena a cada aparição, transmite um ar irônico em suas falas, demonstra um ar de superioridade por onde passa, típico de suas personagens. Um outro ator não conseguiria convencer tanto como ele ao passar essa imagem. Não consigo imaginar o sem feições Christian Bale, que interpreta um oficial do FBI no filme, no papel de Depp na trama. Se invertessem os papéis, provavelmente o investigador roubaria a cena do vilão. John Dillinger não é brilhante e maestral como Jack Sparrow; Willy Wonka; e, é claro, Edward, mãos de tesoura. Mas a atuação de Depp é brilhante o suficiente para atrair a atençao do público ao longo dos 143 minutos do filme. É brilhante o suficiente para cada passo de sua personagem ser imprevisível. É brilhante o suficiente para avaliar a carreira de Johnny Depp e pensar "Ele ainda não ganhou um Oscar".




segunda-feira, 27 de julho de 2009

Amor verdadeiro

Ao término da partida entre Flamengo e Santos, uma cena completamente incomum chamou a atenção de quem assistia ao jogo pela televisão. O técnico interino do Flamengo, Andrade, se emocionou com a vitória por 2x1 e não conseguiu conter as lágrimas diante do repórter Eric Faria da TV Globo. Quem não conhece Andrade poderia até pensar que é ridículo um técnico de um time com tamanha expressão se emocionar após conquistar somente mais três pontos na classificação do Campeonato Brasileiro. Mas para quem conhece e sabe da importância de Andrade pro clube carioca, achou muito interessante e talvez até se emocionou junto com ele. A situação me fez refletir: Eu não vi Andrade e o time mágico da década de 1980 do Flamengo jogar e, mesmo assim, aqueles são meus ídolos e ídolos de toda uma geração órfã de grandes jogadores que expressem amor verdadeiro ao clube. Até quando eles serão os únicos ídolos da torcida rubro-negra? Será que em 2050 eu ainda vou lamentar não ter visto Zico e cia jogarem? Será que até lá não vai surgir um outro ídolo que jogue por amor e chore pelo time de coração? Será que tudo isso é pedir demais?
Isso não se trata de lamentações de um torcedor frustrado com o que viu em 19 anos de vida, se trata da realidade. Hoje quem beija o escudo de um time não sabe nem um pouco da história que aquele emblema representa. Como não se esquecer do capetinha Edílson, que em 2003, durante um treinamento na Gávea, discutiu o com o então diretor técnico Júnior, ex-jogador e grande ídolo do rubro-negro. Na discussão Edílson afirmava que tinha uma Copa do Mundo no currículo e Júnior não, e que, por isso, ele tinha que ser respeitado no clube. Acho que o Edílson não sabia com quem estava falando e o quão importante era a camisa que ele defendia no momento. Tantas frustrações que fazem com que os ídolos do passado continuem intocáveis e únicos na galeria de deuses do clube mais querido do Brasil. E não se trata apenas do Flamengo. Nilton Santos e Garrincha continuam únicos no Botafogo, Pelé no Santos, Roberto Dinamite no Vasco, entre outros. Não surgiu ninguém que suprisse ou pelo menos tentasse se igualar a esses jogadores no coração do torcedor contemporâneo. E a tendência é que esses grandes ídolos não surjam mais. Sem entrar no mérito da parte técnica, só apenas no amor à camisa de cada clube brasileiro.
O choro de Andrade revela que o amor ainda existe. Mas existe de quem nós não duvidamos, existe por parte de quem deu a vida pelo clube. O ex volante jogou pelo Vasco e por lá foi campeão brasileiro em 1989 e, ainda assim, é respeitado e é ídolo incontestável do Flamengo. Adquiriu esse respeito ao longo da carreira. Ao longo de 4 títulos brasileiros, 1 Libertadores e 1 Mundial. Ao longo de anos de dedicação à comissão técnica do Flamengo. Ao longo de vivências, histórias e emoções no clube. Dedicou a vitória ao amigo e também ídolo, o ex-goleiro Zé Carlos, que morreu essa semana de câncer. Se emocionou como um menino que entrava em campo pela primeira vez, chorou porque sabe da importância do Flamengo, sabe o que é o Flamengo e o que ele representa. Chorou porque ama o clube. Chorou porque também é um de nós. Chorou porque também faz parte da nação.
Se no futuro eu poderei ver mais alguém emocionado e demonstrando amor verdadeiro a um clube no Brasil, eu não sei. Acho difícil. Mas que fique a esperança de que novos Andrades surjam, de que novos ídolos ocupem o mesmo lugar no coração do torcedor e de que o amor verdadeiro ainda exista no futebol.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Contradições de julho

Julho é um mês muito aguardado para universitários e estudantes em geral. Quando você está cheio de trabalhos e provas na última semana do período, fica louco e clama por férias. Você não aguenta mais ter que entrar no MSN só pra falar "Fez sua parte do trabalho?" "Deixa eu te mandar minha parte" "Termina logo o trabalho de Erly porque falta o do Protti ainda". As aulas chegam ao fim e você grita aliviado "FÉRIAS". O momento mais esperado do ano chegou, finalmente você não tem mais preocupação nenhuma, compromisso escolar nenhum, pode apenas relaxar. Alguns dias passam e com eles toda a empolgação. Você fica em frente ao computador, olha para um lado, olha pro outro e descobre que não tem nada pra fazer. Acorda na hora do almoço e descobre que uma metade do dia já foi embora e precisa preencher a outra. Aí você pensa aliviado que pelo menos tem a auto-escola à noite, mas esse alívio passa rápido porque a auto-escola também é um nada que só aumenta o seu tédio. Nessas horas de desespero você deseja ansiosamente pela volta às aulas. Conta nos dedos os dias para ter aula de matérias cujo nomes são verdadeiros textos: Teorias e Práticas Jornalísticas para Meios Impressos; Teorias da Comunicação - Perspectivas Históricas; Teorias e Práticas da Linguagem Visual/Planejamento Gráfico. Aliás, alguém sabe como abreviar o nome dessas matérias?
Depois de clamar pelo retorno das aulas, você vai perceber que House só volta em setembro. Vai assistir o promo da 6ª temporada e constatar que aqueles serão os únicos 30 segundos que você terá de contato com a série em 3 meses. Vai ter vontade de assistir às reprises da última temporada, mas vai ter preguiça porque estará ocupado fazendo nada.
Em meio a TUDO isso, você consegue finalmente sair de casa e ter algumas horas de divertimento. Um divertimento com a cara de julho. Contraditório como o mês, você vai encontrar pessoas que nunca viu na vida e conversar com elas sobre... contradições.
Para finalizar, vai detectar mais uma contradiçãozinha. Você vai descobrir que escreveu um texto no seu blog só para ocupar o tempo e fazer com que julho acabe logo. E, ao reler o texto, descobre que quando julho passar vai sentir muita falta dele.
Contradições.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Riscos calculados

Torcida apaixonada enfraquece o coração
Pesquisa mostra que amor a um time aumenta risco de infarto

http://msn.minhavida.com.br/materias/alimentacao/Torcida+apaixonada+enfraquece+o+coracao.mv

Então eu tenho que escolher entre o futebol e a mulher? Se eu ficar com as duas opções o risco de infarto é duas vezes maior? :O

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Certezas

Ele estava inquieto e precisava de certezas. A viagem o fazia pensar na vida. Sabia dos seus defeitos, mas tinha medo de encará-los de frente. Estava com sentimentos e vivências presos no coração e entalados na garganta, doido pra conseguir se ver livre de todos eles, de conseguir partilhar tudo o que viveu com alguém. Olhou pro lado. Já sentia a energia e a força que aquela pessoa te transmitia. Sabia que nela podia confiar, que era ela que o faria mudar completamente. Tinha medo de conversar, de falar o que viveu, ninguém sabia daquilo, talvez nem ele mesmo sabia. Não aguentava mais suportar tudo aquilo sem a ajuda de ninguém. Olhou pro lado mais uma vez. Precisava conversar. Naquele momento já tinha confiança suficiente na pessoa ao lado. Tinha a certeza, àquela altura não havia mais dúvidas. Ele estava diante de um amigo. Um amigo que o fez abrir os olhos para o que a vida é, um amigo que o fez crescer, um amigo que o incentivou, um amigo que o consolou. Um amigo que o ensinou a viver.
Mais uma vez inquieto, mais uma vez precisando de certezas. Passava por um momento de desespero, de perda, de um fracasso aparente. Clamou, aos prantos, por ajuda e ouviu como resposta "Estou indo aí." A preocupação demonstrada, a confiança retribuída, os bons momentos lhe deram a certeza. Ele estava diante de um amigo.

De todas as certezas que temos na vida, sem dúvidas a melhor é ter a certeza de que temos amigos, de que compartilhamos do verdadeiro sentido da amizade. Feliz Dia do Amigo aos meus grandes e queridos amigos!

Notas de um domingo qualquer

- Acordar tarde, ler qualquer coisa no jornal e achar o jornal "qualquer coisa".

- Ver o quanto Galvão Bueno força pra pagar de "amigão da galera" em todas as suas entrevistas.

- Assistir Gol, o grande momento do futebol e achar graça em tudo o que Milton Neves fala.

- Colocar na Warner só pra saber em qual episódio a reprise de Friends está.

- Fingir que um jogo qualquer das 16h consegue me entreter.

- Constatar que junto com Ibson foi-se embora toda a criatividade do Flamengo, que Cuca não sabe o que faz e que o Flamengo não contratou nenhum zagueiro após a aposentadoria de Fábio Luciano.

- Assistir ao Fantástico na esperança de não perder alguma matéria bombástica mas acabar colocando no Pânico pra ver O Impostor.

- Ter uma vontade súbita de ouvir The Cranberries - Linger.

- Nunca desestimular alguém que evolui, não importa quão lenta seja a evolução.
Essa é nova.

sábado, 18 de julho de 2009

Sono profundo

Era quarta-feira às 18h04min. O funcionário público de meia idade deixava a repartição com um só desejo: Sumir dali. Estava cansado depois de um dia estafante de trabalho. Pegou o seu Gol ano 1999 para se juntar à imensidão de carros que formavam filas e filas nas avenidas da grande cidade. Não conseguia nem se irritar com o engarrafamento infernal, estava estático, esperando a hora de chegar em casa na esperança de ter alguma coisa que lá o reconfortasse. Longos 40 minutos se passaram até chegar em casa. Ele não tinha forças nem para subir as escadas do prédio. Abriu a porta do seu apartamento e, entre pilhas de arquivos e processos, só conseguia ver o sofá.
Era um convite irrecusável para relaxar e esquecer todos os problemas. O terno e a mala ficaram pelo chão. Ele precisava se deitar, precisava mais que ninguém de um descanso. Naquela hora não havia fome, não havia vontade de tomar um banho, não havia vontade de sair, nada o impediria de deitar e jogar tudo pro alto. Deitou-se e ligou a televisão por seguinte, como se fosse um ritual rotineiro. Segundos depois, ele dormiu. Dormia como se estivesse descobrindo esse prazer pela primeira vez. Ressonava alto e forte, o barulho se misturava com o noticiário da TV e os ruídos provenientes da rua que passavam pela janela completamente aberta. Outro barulho se somou ao conjunto, o telefone tocava. Nem sinal do homem acordar. Nem um movimento sequer, apenas roncos e mais roncos. O mundo poderia desabar ao seu lado, mas ele só conseguia dormir. Era um sono profundo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Overdose

Morte de PC Farias. Queda de avião da TAM. Morte dos Mamonas Assassinas. Clonagem da ovelha Dolly. Morte do cantor Leandro. Morte da Princesa Diana. Guerra do Kossovo. Convulsão de Ronaldo na final da Copa de 1998. Bug do milênio. Eleição de George W. Bush. Apagão. Racionamento de energia. Atentado terrorista de 11 de setembro. Osama Bin Laden. Afeganistão. Petróleo. Escândalos. Renúncia de Antônio Carlos Magalhães. Renúncia de Jader Barbalho. Eleição de Lula. Assassinato do jornalista Tim Lopes. Caso Suzane von Richthofen. Brasil campeão do mundo. Guerra no Iraque. Saddam Hussein encontrado. Tsunami. Casamento de Ronaldo e Cicarelli. Big Brother Brasil. Atentado em Madrid. Mensalão. Corrupção. Outra queda de avião da TAM. Escândalo de Renan Calheiros. Morte da menina Isabella Nardoni. Sequestro da menina Eloah. Eleição de Barack Obama. Queda do avião da Air France.

Não necessariamente nessa ordem.

Já perdi as contas de quantas overdoses de fatos, fofocas, notícias e tragédias eu tive. A última foi a morte de Michael Jackson. Antes eu falava "i don't really care about him", hoje eu sei até que ele apanhou do pai na infância e pode ter ficado estéril por isso.

Qual será a próxima overdose? Aguardo ansiosamente.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O garoto de 12 anos

Ao ler o livro "Jornalismo Esportivo" do melhor comentarista, colunista, escritor, estrategista e jornalista esportivo do país, Paulo Vinícius Coelho, o PVC, me deparei com uma teoria muito importante sobre o surgimento da figura de um jornalista esportivo. Como alguém decide seguir essa profissão e esse setor de uma das áreas mais injustiçadas do Brasil? Apesar de todos os elogios ao PVC, a teoria é sustentada pelo seu companheiro de ESPN Brasil, Mauro Cezar Pereira, outro grande do ramo. Quando questionado sobre qualquer assunto referente à esportes, com ênfase sempre maior pro futebol, Mauro Cezar rebate: "Pergunte a um garoto de 12 anos, ele sabe mais que todos nós". Pensei bem, li e reli a frase. Comecei a imaginar "Lá vem um jornalista querendo dizer que até um garoto de 12 anos pode trabalhar na área e melhor que um profissional. Nem eles defendem a profissão." Complexo de inferiodade você não vê por aqui. O que Mauro Cezar queria afirmar é que um garoto de 12 anos passa o dia inteiro ligado em televisão, rádio e internet, absorvendo toda a informação possível. O garoto de 12 anos sabe a escalação completa dos times da Série A do Brasil, da Itália, da Inglaterra, da Espanha e, se tiver saco pra acordar cedo no sábado, da Alemanha. Ele acompanha todos os programas esportivos, todas as mesas-redondas, sabe todas as notícias. O jornalista tem mais preocupações, tem que trabalhar, tem que seguir a pauta, tem que garantir o pão de cada dia, tem que pensar na família. Mauro Cezar apresenta e PVC defende a tese. Quem sou eu pra duvidar? Logo eu... Bastaram poucos segundos para vir à mente quem era o Leandro de 12 anos. Eu era esse garoto que vivia 24 horas em função do mundo do futebol? Queria saber de tudo que acontecia dentro e fora dos gramados? Ah, o Leandro de 12 anos também queria saber quem era o pai do filho da Rachel, queria saber se Lula seria o novo presidente do país, se uma 3ª Guerra Mundial iria eclodir ou não. Mas, ele entendia mesmo era de futebol. Era até chato, de vez em quando. Voltemos ao ano de 2002. Aquele garoto de 12 anos viu um dos gols mais bonitos da história do futebol, viu Roberto Carlos ir a linha de fundo e pressionado cruzar pra Zidane de canhota, de primeira, de virada colocar no ângulo e encantar o garoto, o Real Madrid era campeão da Europa. Ele também viu o Brasil ser pentacampeão do mundo, saiu correndo pela rua pra vibrar com uma bandeira nas costas, num de seus únicos atos de patriotismo. O Leandro de 12 anos vibrou, com o rádio colado no ouvido, ao ouvir José Carlos Araújo gritar gol de Iranildo, o Flamengo vencia o Botafogo e deixava a zona de rebaixamento. O Leandro de 12 anos xingava, esbravejava ao ver o Flamengo ser prejudicado pelo árbrito Giuliano Bozzano no Parque Antártica contra o Palmeiras, um 1x1 chorado com a marca de Liedson que livrava o rubro-negro da degola e colocava os paulistas em risco. O Leandro de 12 anos viu um surpreendente São Caetano chegar à final da Libertadores e sucumbir no Pacaembu diante do Olimpia do Paraguai. O Leandro de 12 anos viu Romário ainda ser decisivo e levar o Fluminense aos playoffs do Brasileirão, no último ato de uma partida contra a Ponte Preta. O Leandro de 12 anos via um poderoso time de garotos ousados ganhar o Campeonato Brasileiro, viu Robinho pedalar 7 vezes na frente de Rogério. Ele também viu um jovem garoto começar a explodir na Roma, Cassano já encantava. Somado a tudo isso, o Leandro de 12 anos acompanhava todos os programas esportivos de tv aberta e fechada. Ria com Jorge Kajuru, ficava atento com José Trajano e cia. É, acho que eu sou o garoto de 12 anos do livro. A bagagem que aquele garotinho medroso, porém convicto de sua aptidão criou, é carregada até hoje por esse jovem de 19 anos. Que há alguns dias percebeu que pode fazer como Camilo Costa de Queiroz em seu blog e afirmar "Tenho certeza que vou seguir a profissão certa". Os rumos que essa história vai levar, eu ainda não sei. Mas, posso ter a certeza absoluta de que onde eu estiver vou me lembrar da sabedoria do garoto de 12 anos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A menina e o cofre

Ela quer se divertir. Também pudera, é jovem e não tem quem a impeça de fazer o que quer. Ninguém pode impedir os anseios e os desejos da menina sonhadora. Hoje, ela quer se divertir. Ela vai se divertir. Isso é fato. O que ela quer, ela consegue. Dizem que ela possui certos poderes mágicos, uma força sobrenatural que faz com que ela faça o que quiser na hora que quiser. Certa vez, ela conseguiu abrir um cofre de aço de uma grande multinacional, que não se abre nem com solda, nem sob a tortura do portador do segredo que o faça abrir. Mas nada é impossível para ela, bastou uma tentativa e o cofre se abriu em fração de segundos. Todos ficaram sabendo do seu feito, mesmo sem saberem como ela conseguiu realizá-lo, e se perguntavam estarrecidos "Como ela conseguiu abrir aquele cofre?"; "Impossível, ela abriu AQUELE cofre?" Muitos duvidavam, mas havia relatos em todas as partes, testemunhas que comprovavam: Ela abriu o cofre mais fechado possível. O cofre foi aberto por ela e cabia somente a ela desfrutar das riquezas ali contidas. Foi o que ela fez. Esbanjou e aproveitou. Todos diziam que a menina sonhadora agora não precisaria de mais nada, que as riquezas presentes no grande cofre poderiam perdurar para sempre, não seria necessário ela buscar por outras coisas a não ser dentro dele. Todos acreditavam que nele havia tudo o que ela fosse precisar. Mas, não se esqueçam, ela é a menina sonhadora, ela tem muitos desejos, muitas vontades, muitos objetivos aquém do que o cofre poderia lhe proporcionar. O cofre se tornou obsoleto para ela. Foi uma conquista tão grande que agora não tinha mais valor, o conteúdo dele que parecia ser duradouro, não conseguiu suprir as aspirações da jovem garota. Ela se focava em novos objetivos agora: se divertir a qualquer custo, sem se preocupar com seus feitos do passado. Todos perguntavam a ela sobre o cofre, queriam saber o conteúdo dele. Queriam saber se o que o cofre guardava não valia a pena, se o cofre era uma mera ilusão. A menina não sabia responder, só tinha a certeza de que agora possuía novos sonhos, novos planos, novas metas. Não queria saber mais de gastar sua força fora do comum para desafios como a abertura do cofre. Isso a desgastou. Ela quer curtir as coisas simples da vida, sem complicações, sem riscos. Ela quer, pura e simplesmente, se divertir. Da forma e do jeito dela. Ela dita o ritmo da sua diversão. Parece pouco pra menina sonhadora, já conseguiu tantas realizações bravas e heróicas e agora só pensa em se divertir? Tudo bem. Não se esqueça que ela quer, ela pode, ela consegue.
Quanto ao cofre, parece que se esqueceram dele. Foi aberto, exposto, absorveram de sua fartura e, assim, ele ficou de lado, jogado num canto. Não era mais o principal cofre de aço da grande multinacional, tinha perdido o seu valor. A ele, coitado, só bastava se fechar novamente, tentar se tornar uma fortaleza como antes. Tudo isso na esperança de alguém se interessar e encarar o desafio de tentar abri-lo para descobrir o que há em seu interior e saber aproveita-lo melhor que a menina sonhadora.

terça-feira, 14 de julho de 2009

De repente...

Confusão. De repente, solução.
Perguntas. De repente, respostas.
Dúvidas. De repente, certezas.
Tristeza. De repente, alegria.
Solidão. De repente, companheirismo.
Monotonia. De repente, paixão.
Garantias. De repente, perdas.
Coragem. De repente, medo.
Tédio. De repente, reflexão.
Pensamentos. De repente, atitudes.
Sucesso, de repente fracasso.
Fracasso, de repente sucesso.

Amizade. De repente, amor.
Pensamentos. De repente, palavras.
Vergonha. De repente, compartilhamento.
Fechado. De repente, aberto.
Tristeza. De repente, felicidade.
Tranquilidade. De repente, medo.
Sucesso. De repente, fracasso.
Fracasso. De repente, sucesso.

Pouco. De repente, muito.
Angústia. De repente, euforia.
Brincadeira. De repente, seriedade.
Omissão. De repente, confiança.
Nada. De repente, Tudo.
Paixão. De repente, amor.
Felicidade. De repente, muita felicidade.
Sucesso.
Sucesso.
De repente, fracasso.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Decepção [2]

O menino estava no quarto entretido com qualquer besteira no computador - MSN, Pro Evolution Soccer 5, Orkut e etc- tentando desviar o rumo de seus pensamentos, tentando achar que tudo seria resolvido. A menina (ou a adulta?), estava no quarto, trancada como sempre, no telefone com alguma amiga ou ouvindo uma música alta, também tentando desviar o rumo de seus pensamentos, também tentando achar que tudo seria resolvido.
O menino teve um lapso, um pensamento incomum, levantou-se por instinto. Caminhou lentamente até o corredor, percebeu que algo estranho tinha acontecido. Acendeu a luz do quarto ao lado, o guarda-roupa estava aberto e vazio. Como se um furacão tivesse passado por ali e nada deixou. Ele fugiu. O menino tentou correr atrás, abriu a porta e desceu as escadas em busca de respostas, o coração apertado, frio na barriga. O que se passava pela cabeça dele?
O menino chegou à garagem e se deparou com o carro que saía como se estivesse fugindo da prisão. Dois olhares se cruzaram. A resposta chegou depois, o tempo a trouxe. O nome dela? Decepção.

O menino cresceu. Virou adulto? Ainda não sei. A decepção que ele sofreu o fez crescer, mas não o bastante. Ele ainda tinha problemas, medos e bloqueios. Mas, ele tinha amigos que o fizeram perceber quem ele era de verdade e quem ele deveria ser. Ele amadureceu, de fato. O menino crescido, ainda não adulto porque tem muito o que viver, estava feliz. Como há muito não se via. Ia tudo bem na vida dele até um telefonema o afligir. Ele não conseguiu pegar no sono tão cedo após ter ouvido o que ouviu ou, na verdade, ter deduzido o que queriam te dizer. Ele acordou, ainda aflito e com medo do que poderia vir. Veio o que ele temia e o que ninguém esperava. O quase adulto se tornou um menino. Um menino triste e desolado que chorava sentado no chão, de cabeça baixa sem o afago que ele tanto necessitava. Sem uma resposta, sem um motivo, sem uma explicação, sem sequer um "adeus". O menino voltava a clamar por respostas. Desta vez o tempo não foi tão cruel e não demorou a dar a resposta. O nome dela? Decepção.