sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Senso de ridículo

O relógio marcava 18h em ponto. Já estava escuro. Ele esperava por ela no parque, lugar deserto, ninguém poderia vê-los ali, muito menos alguém conhecido. Ansioso e inquieto, ele andava de um lado para o outro enquanto ela não chegava. Parecia até que tinha feito algo errado; não, não, parecia que estava escondendo alguma coisa. E estava. Escondia ela. Tinha vergonha de ser visto com ela. Ué, mas ele queria estar com ela e esperava ansiosamente por ela, como poderia se envergonhar de estar ao seu lado? Não que ela fosse um tanto quanto desprovida de beleza, mas tinha vergonha de ser visto com alguém, vergonha de pensarem que tinham um relacionamento. Estranho. Deu 18h15 e ela chegou. Ficaram juntos por cerca de uma hora. Como já era noite e ali era um local deserto, ela pediu para ele acompanhá-la até o ponto de ônibus para ir à casa, pois tinha medo de ir sozinha. Ele gelou e não sabia o quê dizer até ela iniciar o diálogo:

- Eu sei que você tem vergonha.
- Vergonha? Não é isso, é que eu tô atrasado para...
- Não precisa ter vergonha, todos sabem sobre nós dois.
- O quê?! Como assim?!
- Ué, você tem orkut, twitter e todas essas porcarias de internet, todos sabem sobre sua vida.
- Ah tá...

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